A
rainha das provas é a lógica humana. O adestramento cientificista...
Tornou-se
o epíteto da epifania acadêmica e social.
Passarei
em revista por uma preocupação alocada nos bancos acadêmicos, mas que ao mesmo
passo é apartada de discussão pela própria academia. O Direito Penal tem como
escopo preservar a integridade dos bens jurídicos... Ou restituir
(metafisicamente) o bem jurídico que sofreu o dano pelo sedativo da repressão? Eis o liame incongruente: restituir o que não
se tem... No mais das vezes, um placebo lisérgico na forma de um Estado
"justiceiro" para uma sociedade do espetáculo. Seria hora de se
perguntar se este panorama fomenta discussões nas universidades brasileiras. A
obviedade é explícita, o fundamento reinante nas graduações é um vilipêndio ao protagonismo
crítico e vê-se o projeto pedagógico assenhoreando-se de uma prática servil de
um sistema deficitário e antidemocrático.
A
nuance performática é a formatação de sujeitos que são filtrados por um sistema
reprodutor de pensamentos alienantes. A miséria é poliglota, mas a
epistemologia da opressão nos é dada pela língua vernácula. Não que o desvelo
seja erudito, mas é fala corrente e de língua universal a indiferença do homem
ao reconhecer sua fisiologia urbana.
Os
cursos de direito possuem nódoas espoliativas de liberdade; o ser humano é
formatado pra viver em sociedade e esse formato sempre passa por aculturações...
E no atual momento histórico do qual vivenciamos é latente a incapacidade de
lidar com a dita 'tipificação'...
-
Acadêmicos, onde esta a singularidade do homem e onde se funda sua coletividade
para o direito?
Tangenciando
o espaço que os meios de comunicação dão aos empreendimentos criminais, é
saliente nos preocuparmos com os rumos do
direito
penal.
Os
motivos e as origens se perdem no momento em que se fazem apologia a uma
ideologia maniqueísta e não se percebe a homogeneização de um pensamento onde
existe uma dualidade fictícia: vítima x criminoso. O prontuário estatal é
saliente em fomentar a segregação entre o normal e o patogênico, e de dentro de
guaridas ideológicas de uma casta conservadora, ouço alaridos de que o cerne de
todo o problema tem contornos pragmáticos: a falência da família. É espantoso
ver a aproximação de uma jihad pelas proles em hecatombe.
Os
holofotes estão voltados para onde o despudor com a prevenção aponta: o crime é
um processo midiático, uma novela da qual não estamos imunes.
Pagamos
o preço de sermos uma sociedade inapta a ação... Somos espectadores e ao mesmo
tempo protagonistas de nossas misérias. Purgar
o
crime... É debelar o afã carola de cordeiros imolados e ao menos ter consciência
de que nossas digitais estão em todas as ações antijurídicas que condenamos. O
insumo de uma cultura do medo é a impunidade dizem os doutos, a psiquiatria,
louva postulados experimentais dos quais pontua que o
jovem
já é capaz de entender o caráter ilícito de um ato e escolher entre praticá-lo
ou não... Por fim, a mídia doura a pílula e realça a bula de seus desvarios
comerciais. Eis a centelha do crime.
O
que observamos é a lipitude do automatismo. Um despertar tardio da esperança teologal. E onde está Deus neste
inferno tropical? A ciência jurídica é tão fictícia que os cursos de direito
tornaram-se saldões. O homo economicus é a medida de todas as coisas. Mas não
vou me abater pelo pessimismo crônico que compromete nosso futuro. Antes, deixo
alguns dizeres aos estudantes de direito, aqueles circunscritos a uma odiosa
pratica de pavoneamento que recebe a pecha de bacharelismo.
Vejamos
a dinâmica social. Esta que se estabelece na ação que cada sujeito opera no âmbito de sua convivência,
aquele que é desempenhado frente ao outro, em um enlace de interação recíproca,
que se produz quando os indivíduos realizam juntos seus papéis sociais. Essa
relação implica a expectativa de comportamentos já relativamente predeterminados.
Ou seja, como papel social... Entendamos o comportamento que as pessoas
realizam de acordo com expectativas já estabelecidas pela sociedade para aquela
função. Faça uma experiência.
Pergunte
a qualquer aspirante á operador do direito, qual o seu papel
social
que ele almeja exercer. Em nossa sociedade, o desempenho dos papéis sociais,
vão além da simples resposta às necessidades que o conjunto social sente, é uma
forma de observar, conceber e interpretar a própria realidade. Sendo assim, os
engenheiros tendem a observar a realidade social sob o prisma de uma dinâmica
mecanizada, enquanto médicos tendem a observá-la sob o ponto de vista de uma
evolução biológica. E o operador do
direito?
Compreender
a sociedade, para nela intervir, requer o uso de ao menos
duas
ferramentas: protagonismo e paixão. Mas não pense o leitor que
isto
se aprende na academia. Sim leitor...
Não veremos nada novo no país das obviedades. A esperança poderia fenecer com
maior morbidez, não fossem adoráveis e utópicos
amigos docentes como: Marcia Sarubbi, Zé Everton, Thaís
Vandresen,
Eduardo Guerini, Maria Eugenia Furtado e Eduardo Erivelton.
O
futuro já tem uma grande dívida convosco.
Everton
Willian da Cunha
Estudante
de Direito
lobo.cunha@brturbo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário